quarta-feira, 20 de maio de 2009

Debate da Petição na Assembleia da República

20 Maio 2009 - A Petição Manifesto Contra o Acordo Ortográfico, com 113 206 assinaturas oficialmente registadas em 10.05.2009 é hoje apreciada e debatida em plenário da Assembleia da República, marcado para as 15h.


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A Petição Contra o Acordo Ortográfico continua aberta e disponível para assinatura.

Assine-a em www.ipetitions.com/petition/manifestolinguaportuguesa

6 comentários:

Lívia H. disse...

Olá!
Sou brasileira e assim como vocês sou CONTRA o acordo ortográfico. Infelizmente, no Brasil, não há uma manifesto como esse para mostrar a indignação de todos com essa loucura de acordo.
Parabéns pela iniciativa.

Teebo disse...

Qualquer dia vou começar a pronunciar todas as consoantes mudas só para meter nojo aos amantes do (pseudo-)acordo ortográfico!

E nunca, mas nunca as hei de deixar de escrever.

Uma coisa é a evolução e simplificação natural da língua escrita, outra é a imposição política apenas para agradar aos interesses das editoras brasileiras (e Portuguesas também...)

Nelson Maia Schocair disse...

Prezados amigos,
Solidarizo-me com vossa luta.
Sou brasileiro, professor de Língua Portuguesa, autor da Gramática Moderna da Língua Portuguesa, Ed. Ímpetus, em 3ª edição. Ao chamar de "moderna" não busquei alterar o imponderável, e sim mostrar as nuances contextuais tão afeitas a ambiguidades e deformidades de compreensão ao leitor desatento ou marginalizado em nosso país de contrastes.
Não permitam que achincalhem a vossa Língua, como fizeram com a nossa, sem debates, num exemplo tácito de que democracia e linguagem não habitam a mesma casa.
Não permitam que alterem vossa Língua nem que a transformem em brincadeira enigmática, afinal quem se arvora de dignitário de um idioma o faz por incompetência de vivenciá-lo em sua plenitude.
Se querem seriedade, que o Latim retorne, a etimologia se faça à luz da razão e a história puna os que brincam de deus da pátria e dono do mundo.
Boa sorte.
Nelson Maia Schocair
professornelsonmaia@uol.com.br

Anónimo disse...

E qual o resultado do debate? Ainda sonho com o fim desse pesadelo.

Abraço,

Pablo
http://cadeorevisor.wordpress.com

Unknown disse...

Caros amigos,

Antes de mais, parabéns pela iniciativa. Há muito que conheço a petição e o blog mas curiosamente, até hoje nunca tinha aqui comentado nada.

Fico também contente por ver aqui pessoas do Brasil que compreendem que isto não se trata de xenofobia ou algo de valor igualmente baixo e sem fundamentação. Obrigado!

Por fim, chamo a atenção para o facto de o link para a petição se encontrar mal construído neste texto. Bastará que acrescentem o "http://" no início e deverá passar a funcionar correctamente.

Aproveito ainda para sugerir uma visita a um "projecto" meu, que partilha os mesmos princípios deste blog, o Desacordo Ortográfico.

impensado disse...

Rebeldes da língua
Ruy Castro

FOLHA DE SÃO PAULO - 17/06/09

RIO DE JANEIRO - Abgar Renault (1901-1995), um dos nossos mais subestimados poetas modernos -não necessariamente "modernistas"-, nunca aderiu às reformas ortográficas de 1943 e 1971. Até morrer, escreveu belezas como "Quando me sumo na total ausência/ do curso opaco e ascetico do somno/ e não estou em mais nenhum lugar,/ mil invisiveis cousas mysteriosas/ talvez ocorram sobre o chão, pelo ar".E Abgar não era um amador excêntrico. Era filólogo, um profissional da língua. Foi um dos expoentes da gloriosa Universidade do Brasil, chegou a ministro da Educação e defendeu o Brasil na Unesco. Pois nem assim. Seus textos em prosa e poemas aportavam nas editoras cheios de "yy" e "ph" e eram convertidos para a ortografia vigente. Ordens de cima, diziam.Mas sua desobediência civil foi bonita. Movimento parecido, só que em massa, está acontecendo em Portugal, com a recusa dos lusos a aderir ao "acordo" ortográfico recém-decretado e já em uso no Brasil. Os portugueses não querem dispensar o "c" de "insecto", o "p" de "Egipto" ou o "h" de "húmido", além dos tremas e hifens. É como eles veem a língua, e fazem bem em defender seu patrimônio.Aqui no Brasil começam a surgir sintomas dessa desobediência. O escritor Reinaldo Moraes, autor do recém-lançado romance "Pornopopéia", não abriu mão do acento nem no título. E o também recente "Dicionário Amoroso da Língua Portuguesa", editado por Marcelo Moutinho e Jorge Reis-Sá, com contos, poemas e ensaios de autores de Brasil, Portugal, Angola, Moçambique e Timor Leste, é uma aula prática de unidade na diversidade.Nesse livro, cada autor escreve como se escreve em seu país. Pois, para nenhuma surpresa, aqui e além-mar, entende-se tudo. E por que não? É a mesma língua portuguesa. Nisso está o seu encanto.